quarta-feira, 15 de abril de 2015

AO TE VER.




Ao te ver passar
Incredulamente acredito nas palavras lascivas que saem da minha boca.
Perpassando por tua pele vai até ao púlpito do prazer carnal, ela, a língua que outrora balbuciava caricias.
Ela desfecha por entremeios, coisas de Marques de Sá.
Eu como um sector famigerado, queimo ao tocar-te.
Ao te ver passar
Voraz me sinto
O que exala de tuas entranhas chega até mim e o infame odor é o anuncio do que estar por vir.
O cio começa, para abrandar a dependência que é o vício da carne em putrefação.
Agora com essa delirante satisfação de um dejavir.
Ao te ver passar.
Não posso mais ficar nessa incredulidade.
Vem ao encontro do que poderás chamar de sanidade.
Nas entrelinhas das palavras balbuciadas por esse ser que transgride a realidade absoluta, busco o mais puro do meu ser em ti.
Agora ao te ver passar
Me sinto transpassado por teu querer.
Sou pele calejada
Sou carne transgredida
Sou vida dilacerada
Sou um ser
Ao te ver passar.



Por Sérgio Lacerda.