Ao
te ver passar
Incredulamente
acredito nas palavras lascivas que saem da minha boca.
Perpassando
por tua pele vai até ao púlpito do prazer carnal, ela, a língua que outrora balbuciava
caricias.
Ela
desfecha por entremeios, coisas de Marques de Sá.
Eu
como um sector famigerado, queimo ao tocar-te.
Ao
te ver passar
Voraz
me sinto
O
que exala de tuas entranhas chega até mim e o infame odor é o anuncio do que
estar por vir.
O
cio começa, para abrandar a dependência que é o vício da carne em putrefação.
Agora
com essa delirante satisfação de um dejavir.
Ao
te ver passar.
Não
posso mais ficar nessa incredulidade.
Vem
ao encontro do que poderás chamar de sanidade.
Nas
entrelinhas das palavras balbuciadas por esse ser que transgride a realidade absoluta,
busco o mais puro do meu ser em ti.
Agora
ao te ver passar
Me
sinto transpassado por teu querer.
Sou
pele calejada
Sou
carne transgredida
Sou
vida dilacerada
Sou
um ser
Ao
te ver passar.
Por Sérgio
Lacerda.
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