sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

DISFARCE



  • PESA-ME UM ROSTO MACHUCADO POR UM IMPULSO SOBRE NATURAL DE TRANSLADAR UMA GOTA QUE PODERIA SER QUALQUER COISA EM UMA PELE TRANSLÚCIDA EM VÊS DE UMA SIMPLES LÁGRIMA.
  • PESA-ME ESSE SORRISO TRANSPASSADO PELA DOR, MENTE ÁVIDA EM NÃO TRANSPARECER O QUE O CORPO SENTE.
  • SENSAÇÃO DE MEDO TRANSFIGURADO EM SILÊNCIO.
  • NÃO POSSO VER-TE ASSIM CALADA, CARCUMIDA POR DENTRO, ESGOTADA DE GRATIDÃO E CHEIA DE RANCOR, PUDOR.
  • EU ENQUANTO SER, OLHO-TE. 
  • INCESSANTEMENTE ME SINTO COM SEU PESAR E POR UMA FRAÇÃO DE SEGUNDOS QUERIA SER UM SEMI DEUS PARA ASSUMIR SUA FORMA DE SOFRER.
  • TU ENQUANTO SER, FICA, PERMANESSE, O APRENDER FAVORESSE.
  • A MENTE REJEITA O QUE NÃO É DOR.
  • O CORPO SENTE O QUE NÃO O TOCOU.
  • E AINDA ASSIM ROLA-LHE NO ROSTO, AO ENCONTRO DE UM SORRISO FORÇADAMENTE FALSO PELO IMPULSO DA DOR, UMA LÁGRIMA QUE LHE QUEIMA A PELE.
  • ESSE PESAR PESA EM MINHA DOR.
  • NÃO POSSO VER-TE ASSIM.
  • PESA-ME O SEU ROSTO MACHUCADO.
SÉRGIO LACERDA